A expressão "serial killer" é uma denominação que permeia o imaginário popular e acadêmico, descrevendo um tipo específico de criminoso que comete uma série de homicídios, geralmente com um modus operandi semelhante, muitas vezes motivado por impulsos psicopáticos ou psicóticos.

A gênese desse termo remonta à década de 1970, quando o agente do FBI, Robert Ressler, em colaboração com seu colega, John Douglas, cunhou a expressão durante investigações sobre assassinos em série nos Estados Unidos. Ressler e Douglas buscavam compreender padrões de comportamento desses criminosos para desenvolver perfis criminais, levando ao nascimento do que hoje é conhecido como "perfil criminal" ou "perfilamento".

Os "serial killers" são distintos de outros criminosos por seu método repetitivo e, muitas vezes, uma motivação complexa, que pode incluir satisfação emocional, busca por poder, sexualidade distorcida ou até mesmo delírios psicóticos. Alguns dos casos mais emblemáticos incluem figuras como Ted Bundy, Jeffrey Dahmer e John Wayne Gacy nos Estados Unidos, além de casos notórios em várias partes do mundo.

No âmbito jurídico, a identificação e compreensão dos "serial killers" revolucionaram a maneira como os crimes são investigados e processados. A análise de padrões comportamentais, evidências forenses e a construção de perfis psicológicos tornaram-se ferramentas cruciais para a resolução desses casos.

Livros como "Mindhunter" de John Douglas, que explora o desenvolvimento do perfil criminal, e "Serial Killers: The Method and Madness of Monsters" de Peter Vronsky, oferecem uma visão detalhada sobre a mente dos assassinos em série e a evolução do termo.

Documentários como "Conversations with a Killer: The Ted Bundy Tapes" e séries como "Mindhunter" (baseada no livro de John Douglas) apresentam estudos de caso e entrevistas que ajudam a entender os padrões comportamentais e a complexidade psicológica desses criminosos.

No contexto legal, a identificação de um "serial killer" apresenta desafios únicos. A diferenciação entre crimes individuais e uma série de assassinatos é crucial para a aplicação correta da lei e a garantia de justiça para as vítimas e suas famílias. Aspectos como a contagem de crimes, a prescrição penal e a determinação da pena são áreas onde a singularidade desses casos demanda uma análise cuidadosa por parte dos sistemas judiciais.

Em suma, o termo "serial killer" não apenas delineou uma categoria específica de criminosos, mas também influenciou profundamente a investigação criminal, o direito penal e a compreensão psicológica do comportamento humano. O estudo desses casos emblemáticos não só aprimora a formação acadêmica de estudantes de direito, mas também destaca a importância da interdisciplinaridade no campo jurídico.