Mas, falando mais especificamente sobre a advocacia criminal que é a minha área e que recebo várias duvidas nesse sentido dos estudantes que gostam e almejam essa seara, porém tem receios, vou compartilhar a minha ótica a respeito.

De inicio, já adianto que no meu ponto de vista a advocacia criminal não é perigosa, ao menos, não pelo fato de trabalhar diretamente com pessoas presas ou que cometeram crimes, muito pelo contrário, normalmente os clientes do sistema penitenciário costumam ser muito mais educados e cordiais do que os clientes das outras áreas e isso é um fato.

Dentro do sistema as regras são outras e a educação está em primeiro lugar, bem como o respeito, ambos caminham lado a lado e assim como isso vem dos que estão do lado de lá da grade é preciso que venha também dos que estão do lado de cá, os advogados.

Aqui entra a parte delicada da situação. O advogado precisa entender - por mais óbvio que seja - que o preso é um ser humano como todos os outros e que está passando por uma fase difícil na vida. Independentemente do que ele tenha feito, ele está lá pagando pelo que fez ou preventivamente esperando julgamento, ou seja, não está em um Resort e por isso precisa ser tratado com respeito, empatia e, principalmente, com ética.

O advogado não pode ser antiético com os seus cliente, principalmente os que estão presos. Quando digo isso, direciono mais para a parte de fazer falsas promessas e criar falsas esperanças para tirar dinheiro, prometer liberdade, absolvição etc, para retirar o dinheiro e "sumir do mapa", bom, aí talvez a profissão possa começar a ficar arriscada, pois estará mexendo com o emocional de pessoas, que nem sempre são tolerantes, pacientes e pacíficas.

O preso precisa do advogado para cuidar, proteger e fazer cumprir seus direitos, então, não há porque haver qualquer incidente entre cliente/advogado, pois um vive disso e o outro precisa disso, sendo uma relação de respeito e confiança é uma profissão como qualquer outra. 

Por: Felipe Macedo